Relatório de Leitura e Debate 14/05/2015
Debate entre Rosa Luxembrugo e Karl Kautsky.
- são feitas diferentes leituras acerca do texto de Engels. Kautsky situa como um texto revisionista em que a solução seria pela via parlamentar, enquanto a Rosa entende que o texto fala sobre a necessidade de organizar a classe operária. Ou seja, cada um faz a leitura conveniente ao seu próprio ponto de vista. - Aventou-se que Engels teria trazido pela primeira vez o debate sobre o espontaneísmo. Obviamente este só amadureceria com Lenin, mas já teria aparecido de maneira incipiente em Engels. - Kautsky critica a Rosa dizendo que os exemplos da Áustria e da Prússia são inadequados, mas ele mesmo traz o um exemplo revisionista romano, ou seja, muito mais afastado historicamente e com muito menos semelhanças nos aspectos produtivos e de organização. - Kautsky teria "errado feio" em dizer que em tempos de prosperidade o trabalhador encontrará mais motivação para ir para a rua. Na verdade, se trataria de uma projeção da vontade interna do autor interferindo em sua análise dos fatos. - Fez-se algumas considerações sobre o modo como o texto da Rosa dialogava com a extensão sobre greve: 1) A Rosa fala sobre como o debate sobre o sufrágio com o Katsky não se estabeleceu de maneira arbitrária, mas surgiu de uma urgência interna ao Partido de discutir a questão. 2) Os dirigentes sindicais não têm poder para impedir um movimento que vem das massa. Se o Partido não apoiar e tentar freá-lo, elas não perderão o ânimo, perderão a confiança na direção. 3) É feita, também, uma crítica à ideia de que a greve de massa seria uma ferramenta que pode ser utilizada a qualquer tempo e para qualquer fim. Em realidade, a greve de massa seria um instrumento que precisa de condições específicas para se realizar (coalizão de massas, finalidade,...). 4) O modo como a Rosa defende a necessidade de levar a discussão para as massas e que achar que a oposição não conhece "nossos" defeitos e fraquezas é subestimá-la. Enquanto o Kautsky tenta manter a discussão no parlamento, talvez por medo de uma massa que ele não poderia conter e controlar. - Por último, discutiu-se como a divisão em greve política e greve econômica, enquanto manifestação de uma influência positivista classificatória, ainda que possa ter a sua relevância no plano teórico, perde o sentido quando se analisa o desenlace dos acontecimentos reais. Assim, tem-se que mesmo que a mobilização tenha por ensejo reivindicações econômicas, ela pode levar a uma posterior politização da pauta.
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