RELATÓRIO - Reunião 24/10/2019 - Para uma ontologia do ser social, Georg Lukács (p. 402-411)
![](https://static.wixstatic.com/media/c2b0f1_71c56179bdc24a15af03f2912a50590f~mv2.jpg/v1/fill/w_215,h_234,al_c,q_80,enc_auto/c2b0f1_71c56179bdc24a15af03f2912a50590f~mv2.jpg)
Relatório – Reunião 24/10/2019
Para uma ontologia do ser social (p. 402-411)
TEXTO: LUKÁCS, Georg. Prolegômenos e Para uma ontologia do ser social: obras de Georg Lukács. volume 13. Tradução Sérgio Lessa. Revisão Mariana Andrade. Maceió: Coletivo Veredas, 2018.
Destaca a preocupação existente na obra com espaço e tempo.O autor segue atormentado pela teoria da relatividade.
O neopositivismo é manipulável: você pode medir o espaço e o tempo, mas isso não diz nada ontologicamente sobre o que é o espaço e o tempo.
Deus é um Deus racionalizado. A física continua tentando explicar a posição de Deus.
O tempo está nas coisas, não está em nós: essa é uma tentativa de dar delimitação ontológica à questão.
O espaço não poderia se expandir, se ele é tudo. Afirmar que o Estado se expande é uma contradição em si porque ele somente poderia se expandir em relação a alguma coisa.
Noções de espaço e tempo estão pressupostas. E se tempo e espaço forem determinações dos seres que existem e não coisas fora do ser? Isso não significa dizer que sejam categorias universais, mas que são práticas sociais.
O espaço poderia se modificar, assim como o tempo.Como isso se deu historicamente, a ideia de espaço mudou.
Continuum espaço- tempo. Dentro de um sistema é um espaço- tempo, em relação a outro é diferente. O excesso de gravidade comprime o tempo. A expansão pode ser um prolongamento do tempo por força da gravidade.
A questão filosófica é a questão da medida do tempo e do espaço.
A única forma de acessar algo altamente abstrato é a medição.
A questão do autor está em tentar vincular as três realidades ontológicas numa mesma linha de sucessão ou progressão histórica. Existe uma objetividade social que se coloca sobre uma objetividade natural ou física. É necessário ter algum parâmetro de espaço e tempo para além da organização humana.Há uma realidade ontológica de tempo e espaço ?
A teoria da relatividade gera um incômodo filosófico para quem está tentando descobrir uma ontologia das coisas. A teologia oferece um ontologia total, absoluta, tudo que existe foi criado por Deus. Lukacs fala: isso está errado. Tudo que existe é físico, não criado por Deus. E nisso vem a "contradição" da teoria da relatividade.
Para Einstein seria possível estabelecer um parâmetro para a relatividade. O tempo e o espaço são relativos segundo uma conta, um cálculo, um padrão objetivo universal.
Einstein denominou a teoria da relatividade, inicialmente, de teoria da objetividade relativa.
Diferença entre categorias de singularidade, particularidade e generalidade é interessante.
O valor não vai sempre se comportar a partir de uma média. Na prática, o valor se manifesta através dos desvios. Existem objeções à teoria do valor.
Vazio: “Os sonhadores” de Bernardo Bertolucci expressa a vaga existencialista. Estão ligados no cinema, na linguagem, maio de 68, uma revolta vã. Lukacs oferece uma alternativa a este vazio, que é a luta de classes.
Antes, a ciência natural era inimiga da religião e agora se tornou aliada através da manipulação do neopositivismo.
Toda ontologia seria metafísica para o neopositivismo.
Ao deslocar o problema da ontologia , se cria um problema na ciência. Incapaz de dar uma solução, pois está limitada, enquanto ciência, a um pressuposto não biológico.
A discussão ontológica não é uma discussão especializada de determinado ramo do saber. A ideia de Deus permeia todo o saber, qualquer ramo do saber.
Cientificamente é impossível tratar da existência de Deus.
É possível enxergar Deus como uma relação social.
Uma vez posta a Igreja em seu lugar é aberto espaço para o desenvolvimento da ciência. O problema ontológico pertence a todo o saber, não apenas a um campo do saber.
A ontologia de Deus está ligada ao ser social. Responder a Deus é responder a mim mesmo.
Colocar a existência em si de Deus é um problema filosófico.
Se você confere ao procedimento científico um olhar ontológico, falar de Deus é cientificamente importante. Parece ser uma questão que está no cerne da questão científica para Lukacs e da problemática de uma ciência que não consegue se realizar. Ele está perseguindo tempo, espaço e Deus como elementos importantes para a teoria dele. É um problema epistemológico.
| DHCTEM |