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RELATÓRIO - Reunião 14/12/2022 - Para uma ontologia do ser social, Georg Lukács (p. 656 a 730)

Relatório – Reunião 14/12/2022

Para uma ontologia do ser social (p. 656 a 730)


TEXTO: LUKÁCS, Georg. Prolegômenos e Para uma ontologia do ser social: obras de Georg Lukács. volume 13. Tradução Sérgio Lessa. Revisão Mariana Andrade. Maceió: Coletivo Veredas, 2018.


Resumo do que Lukács apresenta:


- A alienação não é fenômeno puramente ideológico, mas para superá-la é necessário mediação das formas ideológicas.


- Cita Marx: Ideologia (instrumento social com cuja ajuda são dirimidas, de acordo com seus interesses, os conflitos que brotam do desenvolvimento econômico pleno de contradições entre os seres humanos, ou seja, soluciona conflitos que brotam de interações muito complexas do ser determinado economicamente).


- O conteúdo, a intensidade etc desses processos de solução, têm dupla fisionomia: ou regulam a vida pessoal dos seres singulares, ou surgem movimentos de massa a partir de integração social de resistências singulares contra as alienações. (dá exemplo histórico: iluministas precursores da Rev Francesa).


- Dá exemplo de como retirar os preconceitos para a devida análise da qualidade essencial dos fundamentos objetivos da alienação: sem o emprego da violência, a economia não teria desempenhado seu papel fundante.


- Sobre acumulação primitiva, cita Marx: “a muda coação das condições econômicas sela o domínio do capitalista sobre o trabalhador. Violência extraeconômica direta é empregada, mas apenas excepcionalmente. Para o curso usual das coisas, o trabalhador pode ser confiado às ‹leis naturais da produção›, isto é, à sua dependência do capital que se origina das próprias condições de produção, e por elas é garantida e perpetuada.“


- Na esfera do ser social, a necessidade não é como na natureza, automático-espontânea, mas a pura necessidade econômica é a coação muda. Assim, revela-se a combinação Economia + Violência, em todas as sociedades anteriores ao comunismo.


- Para Marx, o mais-trabalho, só pode ser arrancado com coerçao extra-econômica.


- Cita exemplo de Marx sobre a interação desses componentes: Quando há conquista, há 3 possibilidades: o povo conquistador impoe seu modo de produção (ingleses na Irlanda e Índia); deixa o modo de produção do povo conquistado e se satisfaz com o tributo (Roma e turcos); ou uma síntese dos dois (conquistas germânicas). Sempre o modo de produção é determinante para a distribuição, sendo a distribuição um produto da produção. Não só da produção histórica em geral, mas sim da produção histórica determinada.


Debates:


Comentário: Quando Lukács trata da necessidade não é como na natureza, automático-espontânea, mas a pura necessidade econômica é a coação muda, podemos usar o mesmo exemplo do Prof José Paulo Neto: todos podem passar as férias em Paris, porque são todos livres para isso, basta pagar.


Comentário: A centralidade dessa exposição do Lukács parece individualização, parece que os individuos estão a frente de seu tempo, assim o processo de subjetivação e individualização do percurso historico parece que é uma escolha do povo que conquista outro povo, como se não fosse um processo histórico de produção.


Seria mais apropriado tartar de Ideologia x Violência, do que Economia x Violência, pois a economia é burguesa um complexo ideológico, parece mais adequado relacionar com os aparelhos ideológicos de Estado, já que o capital não está só na produção, mas em todas as esferas da vida. E quanto mais a ideologia se mostra não material, mais necessária se torna a violência.


Comentário: Causa a impressão de uma concepção restrita de economia, não como reprodução ampliada capitalista, mas como coatora que desencadeia algum modo de produção. É estranho ele dizer que Marx acha que a ideologia dirime conflitos, pois é interessante entender o que Lukacs entende por alienação e ideologia antes disso.


Comentário: Parece que o conceito de alienação não é fenomeno meramente ideólogico, mas um descolamento de parte do indivíduo que se torna no que é produzido, pois agora esta coisa está exteriorizada e não pertence mais a ele, as formas de relação da produção não são foco de Lukács, apenas o material (ex: maqinário etc).


Resumo do que Lukács apresenta:


- Na organização da guerra as categorias da economia podem se realizar em forma mais pura, mais do que na esfera da vida econômica propriamente dita (trabalho assalariado, maquinaria, se desenvolvem antes do que na sociedade burguesa).


- Ao tratar das alterações sociais decorrentes do afastamento da barreira natural e da socialização, usa comparação com a sociedade antiga e feudal-medieval afirmando que neles as sociedades tiveram patamares ótimos de desenvolvimento

- Nas formações sem possibilidade de desenvolvimento ilimitada existe, para parte dos seres humanos, vias de escapar da alienação geral, isso através da alienação dos outros, já nas sociedades desenvolvidas isso está excluído, pois a alienação dos explorados tem sua contraparte na dos exploradores.


- Cita Engels: “E não só os trabalhadores: as classes que direta ou indiretamente espoliam os trabalhadores também são escravizadas pela ferramenta de sua própria atividade: o burguês cabeça-oca, por seu próprio capital e por sua sanha de lucro, o jurista, por suas concepções jurídicas fossilizadas que o dominam como poder autônomo, os ‹estamentos cultos em geral, pelas mais variadas estreitezas e unilateralidades provincianas, por sua miopia física e intelectual, por seu aleijamento decorrente de uma educação moldada para uma só especialidade e pelo acorrentamento vitalício a essa mesma especialidade — inclusive quando essa especialidade é a mais absoluta inatividade.“


- Cita Marx: “A Sagrada Família: A classe possuinte e a classe do proletariado representam a mesma auto-alienação. Mas a possuinte se sente bem e aprovada nessa auto-alienação, mas o proletariado, por sua vez, sente-se aniquilada nessa alienação.”


- Trata do debate com Feuerbach, havia correntes idealistas que se contentavam com o desmascaramento puramente intelectual. Ciat Manuscritos Econômico-filosóficos: “Mas para levantar-se não basta levantar-se em pensamento, deixando que sobre a cabeça real e sensível permaneça flutuando o jugo real e sensível, que nós não logramos fazer desaparecer por encanto através das ideias.”, “ que o modo de trabalho no sistema econômico do capitalismo de seu tempo aliena o trabalhador do produto do seu trabalho, deste é feito um meio de opressão, e ao ponto de tanto degradar, desumanizar o ser humano, ele se »sente livre« apenas

em suas funções animais”.


- Sobre rebelião massiva: o trabalhador, no início apenas uma classe em si («classe ante o capital«) se tornasse gradualmente em uma »classe para si mesma« com isso se dá o esforço por destruir as bases econômicas da alienação.


Debates:


Comentário: Tenho dúvidas sobre o conceito de desenvolvimento, parece que seria uma possibilidade concreta ou tendência, como uma lei do processo histórico, acho que por isso ele fala do espaço ineliminável no marxismo para o papel do acaso.


Comentário: Se refere ao comentário anterior, pois se a leitura for pela chave da mudança da proprieade privada para a coletiva, como se o problema fosse a proprieade privada. O Althusser traz ponto mais profundo sobre isso, o ponto importante do Lukács é só para mostrar que a alienação não se destina só a classe trabalhadora


Resumo do que Lukács apresenta:


- A alienação cresceu a partir da estrutura econômica como um todo da respectiva sociedade, confundindo-se com ela, jamais é separável do patamar de desenvolvimento das forças produtivas, do nível das relações de produção.

- É, portanto, absolutamente possível na prática que um modo de alienação seja destruído socialmente sem que essa erradicação tenha constituído o conteúdo espiritual daqueles atos através dos quais ela é consumada real-praticamente. uma forma de alienação morre e é substituída por uma outra, frequentemente de todo outra, e de fato sem provocar um abalo crítico, como se fosse puramente evolutivo. (dá exemplo de Riesman - a transformação da consciência nos EUA hoje dominante dos beneficiários do consumo de prestígio.a)


- A necessidade interna no desdobramento da economia de fato para a humanidade

pode levar apenas a um espaço de manobra de possibilidade para a generidade para si, aos olhos de Marx, não tem nenhum resultado mecânico, espontaneamente criado pelo desenvolvimento

econômico.


- Todo movimento que tenta guiar essa tendência avante, deve, ser forçado a mobilizar outras espécies de atividades sociais. (cita Marx:”Mas a luta de classe contra classe é uma luta política”)


- Alienação não é um fenômeno social existente isolado,não pode ser jamais um fenômeno intelectualmente tratável isoladamente,Trata-se, antes de tudo, dos sindicatos e partidos políticos.


- Cita Marx sobre a legalidade econômica: o caráter geral da troca de mercadorias não determinaria por si nenhum limite à jornada de trabalho, da mais-valia, a natureza específica da mercadoria vendida implica um limite de seu consumo pelo comprador, e o trabalhador afirma seu direito como vendedor quando quer limitar a jornada de trabalho à determinada grandeza normal. Ocorre aqui, portanto, uma antinomia, direito contra direito, ambos apoiados na lei da troca de mercadorias. Entre direitos iguais decide a força.


- O capitalismo normal, que funciona com suas próprias leis econômicas, após haver deixado para trás, por princípio, o predomínio da violência extraeconômica com a conclusão da acumulação primitiva é, assim, economicamente forçado a reconhecer como economicamente legítima uma força que diariamente se lhe conflita, primeiro de fato, depois

também de jure. Aqui se coloca a atividade social dos sindicatos como união sistematizadora das resistências individuais contra o capitalismo a um dos fatores subjetivos de sua restrição enquanto poder.


- Marx assim descreve esse processo: »(...) a tentativa, numa fábrica isolada ou mesmo em um ofício singular, mediante greves e assim por diante., de forçar os capitalistas singulares a uma redução da jornada de trabalho é um movimento puramente econômico; em contraposição, o movimento visando forçar a aprovação de uma lei de oito horas e assim por diante é um movimento político.


Comentários:


Comentário: Na última reunião falamos que Lukács não trata de luta de classes, mas aqui ele cita. Parece que para ele a classe é uma divisão socioeconomica e não consequencia da forma de produção e reprodução social.


Comentário: Tenho a impressão que para Lukács o político é juridico. O fortalecimento do sujeito individual e o processo de luta de classse é economico e ganha nível político quando se converte em lei, por ex, como se a luta fosse dentro do Estado, dentro do direito, limitado ao jurídico.


Resumo do que Lukács apresenta:


- Lenin buscou determinar o tipo de essência das atividades humanas que subvertem a sociedade (»a forma embrionária da consciência de finalidade.«a)Com isso está dada uma tendência ontológica: a oposição entre espontâneo e consciente perde sua rigidez gnosiológica e psicológica; sem superar a própria opositividade, enxerga Lenin nele um processo que ocorre, de modo normal, na cabeça dos seres humanos, antes de tudo quando se unem para agir, como reação aos eventos econômicos, políticos e sociais de uma sociedade. Lenin mostra o exemplo da direção que estava então em primeiro plano, a dos »economistas«, que uma conversão espontânea dos movimentos espontâneos justamente existentes em palavras de ordem políticas é em princípio absolutamente possível, que com isso sem dúvida pode surgir uma política, claro, uma meramente sindical, i.e., com conteúdos e posições de finalidade espontaneamente econômicos, que adapta a atividade do proletariado por princípio à moldura do status quo burguês e ela com isso, ideologicamente, ao dirimir os conflitos, não deixa o movimento dos trabalhadores ir para além justamente do existente ponto de vista da burguesia.


- O tempo é o espaço para o desenvolvimento humano. O homem que não dispõe de nenhum tempo livre, cuja vida, afora as interrupções puramente físicas do sono, das refeições etc., está toda ela absorvida pelo seu trabalho para o capitalista, é menos que uma besta de carga.


- A contraditoriedade do progresso não é, na ideologia burguesa, apreendida como o que é, como característica intrínseca a cada movimento de avanço social, mas antes petrificada em uma única antinomia simplificada.


- Dá exemplo da contradição:produção de móveis. O artesão da Idade Média tinha trabalho a beira da arte, se comparamos com o da manufatura que o substituiu, o trabalhador se tornou um »especialista«.


- Cita Marx: a grande virada para a perspectiva da revolução socialista como a única possibilidade de superar as contradições do capitalismo, O momento decisivo não é o conteúdo da verdade das constatações singulares, mas a função que é capaz de exercer seu conteúdo básico como um todo sobre os seres humanos vivos.


Debates:


Comentário - sobre diferença do político x jurídico: A dinâmica política do cidadão tem como exemplo o Chile, onde os trabalhadores não foram vencidos pela violência do Estado, o que resultou na nova Constituição, pu seja, a luta foi resumida a termos políticos, mas depois a mesma Contituição foi rechaçada pelos mesmos trabalhadores que continuam vivendo nas mesmas condições de vida, não se veem na Constituição elaborada. O problema do Lukács, sempre que fala de classe, é que, na verdade, está falando do indivíduo (como se o problema fosse do sujeito de direito não proprietário - liberdades, igualdades, propriedades)


Comentário: A experiência do Chile mostra que a falta de apoio popular (o que os trabalhadores queriam) foi permeada por notícias falsas, a ideolgia jurídica burguesa tem novos contornos incuindo implantação de mentira sobre a realidade dada.


Comentário: A contradição do progresso não é trazida por Lukács, não fala que o desenvolvimento das forças produtivas se dão dentro das relações de produção, pois na verdade o trabalhador é expropriado subjetiva e objetivamente, caberia explicar como se deu o processo que tornou o trabalhador especialista. Deveria ter trazido a subsunção real, hiperreal e formal do trabalho. Deveria falar que o Estado que faz mediação das relações.


Comentário: Quando desaparece a distinção do processo histórico de subsunção formal e real, de maneira dialética, parece hegeliano o que Lukács traz, não traz abstração da força de trabalho e do próprio valor, até as citações de Marx parecem ser trazidas de maneira diferente, como se trouxesse aspectos transhistóricos, sendo um pouco estranho trazer dualidade Economia x Violência, sendo que a alienaçao é transhistorica. Parece que sem tirar abstração, valor etc, só tirando a alienação, já se superaria o capitalismo.


Resumo do que Lukács apresenta:


- Marx, muito antes que a antinomia ideológica de cultura e civilização pudesse se difundir em geral, formulou assim o problema histórico-social aqui existente: »Na economia burguesa — e na época de produção que lhe corresponde —, esse pleno estrincar do conteúdo humano aparece como completo esvaziamento; essa objetivação universal, como alienação total, e a desintegração de todas as finalidades unilaterais determinadas, como sacrifício do propósito em si a um propósito totalmente exterior. Por essa razão, o pueril mundo antigo, por um lado, aparece como o mais elevado. Por outro, ele o é em tudo em que se busca a forma, a figura acabada e a limitação dada. O mundo antigo representa a satisfação de um ponto de vista tacanho; ao passo que o moderno causa insatisfação, ou, quando se mostra satisfeito consigo

mesmo, é vulgar.


- Faz relação de Marx com a poesia homérica: modelo inalcançável, ou patamar jamais recorrente« da »infância histórica da humanidade.


- Partir de uma tal base duplamente contraditória pode o efeito ideológico da continuidade histórica que se tornou operante no passado dar impulsos indispensáveis, frutíferos, para a práxis do presente, para a preparação do futuro.


- Contudo, apenas se entre memória e perspectiva, imediata ou mediadamente, é operante e torna-se visível um enlace prático que mostra o futuro.


- Agora, o modo pelo qual a ideologia burguesa estava empenhada em dirimir com a antinomia de cultura e civilização as contradições de seu ser capitalista destruiu justamente toda tal continuidade, em especial seu ser-dirigido ao futuro, a uma práxis que encontra sua base na continuidade socialmente tal como humano-individualmente.


- O principal efeito dos ideólogos defensores do sistema sobre as oposições, com frequência mais ou menos vagas, está antes de tudo em que para desviarem o conhecimento dos fatos básicos reais fundamentais da sociedade, impõem a esta os próprios esquemas de pensamento como limites e a partir de tais desvios — de maneira alguma sempre conscientemente causados — arranjam para que se concentrem exclusivamente sobre o ser humano singular em seu aparente, isolado auto-pôr-se-sobre-si-mesmo, portanto em sua particularidade (Partikularität) inexoravelmente fixada.


- Traz como problema central: a possibilidade de uma expressão ideológica significativa que estritamente contradiga a direção ideológica fundamental de classe de seu autor. Isso, do ponto de vista da teoria da ideologia do marxismo, é algo ao mesmo tempo paradoxal e fundamental. Aqui nos interessa, disso, apenas tirar as conclusões necessárias para o papel da arte na luta contra a alienação; por isso também o problema deve aqui ser mais amplamente concretizado.


- Aqui não importa Tolstoi, nem diretamente também o estético. Teve apenas de ser mostrado quão elementar a grande arte, quando ela quer permanecer grande arte, pode abrir caminhos.


- Consumo torna-se, portanto — considerado primariamente em escala de massas — menos dirigido pelas necessidades reais do que por aquelas que parecem adequadas a dar ao ser humano uma »imagem« favorável à sua carreira. E, como já sabemos, esse desenvolvimento está combinado com uma redução do tempo de trabalho, com uma intensificação do tempo livre, estas tendência também se adéquam às necessidades há pouco descritas. Na medida, portanto, em que o ser humano subordina seu fazer e lazer, de modo claro deve surgir de uma tal elevação do nível de vida uma nova alienação, uma alienação sui generis. O salário mais elevado toma o lugar do mais baixo, o tempo livre mais longo, o do mais curto. Todavia esse desenvolvimento meramente destrói algumas velhas alienações na medida que as substitui por alienações de novos tipos. Como sempre na sociedade, isso não se trata de um processo isolado, limitado à economia


Este brota do solo do desdobramento do capitalismo e se manifesta sociopoliticamente com cada vez mais intensidade na crescente opositividade das formas de dominação capitalistas (a assim denominada democracia burguesa inclusa) com a democracia.


- Primeira Guerra Mundial impuseram à burguesia do Ocidente novas formas de dominação cujo ponto crucial no sentido da práxis consiste em manter todas as formas exteriores da democracia formal, empregando-as polemicamente tanto contra o fascismo quanto contra o socialismo, anulando-as, contudo, de fato, através de seu novo conteúdo organizacional e ideológico, na medida em que as massas foram excluídas de toda real participação nas importantes decisões econômicas ou políticas.


- Lenin de que a autêntica consciência de classe é trazida »de fora« ao trabalhador, i.e., do exterior do seu ser imediatamente econômico, a gênese fática do ser-humano através do trabalho. Seu desdobramento (divisão do trabalho etc.) causa um processo permanente de afastamento da barreira natural, o emergir cada vez mais incisivo da essência humana (do social) do ser humano. Este não deve jamais ser petrificado em uma valorosidade abstrata; a perspectiva histórica de Marx não é nenhum ser do ser humano utopicamente consumado, mas meramente o fim de sua pré-história, i.e., o início de sua autêntica história enquanto ser humano, que se encontrou nesse processo, que nele realizou a si próprio.


- Resulta em dupla dialética: o tornar-se-formado do ser humano através da sociedade, não é passivo-espontâneo, mas de seres humanos ativos e que encontrem a si próprios; uma atividade que, sem sua participação nas organizações que transformam a sociedade, é inconcebível.


- A tendência de desenvolvimento do ser social determina problemas decisivos, apesar de todo reconhecimento do fato de que o período stalinista, ao lado das deformações de muitos que foram outrora revolucionários em burocracia brutalmente manipuladora, para produzir uma camada de reais burocratas e manipuladores, não abandonou jamais de todo a dedicação à causa do socialismo.


- Stalin, muitos de seus seguidores, de seus oponentes, de suas vítimas permaneceram socialistas convictos, o que tem por consequência, para o ponto de vista do nosso problema, que a transformação dos seres humanos da sociedade de classes para os que sentem e agem socialisticamente, apesar de todas as inibições, retardamentos, desfigurações provocadas pela brutal manipulação, de fato enfraquecida e desviada, de algum modo, também objetivamente, caminha avante de modo inexorável.


Comentários:


Comentário: Nesse trecho ele trata de objetivação e exteriorização, bem como a relação entre memória e perspectiva, imediata ou mediadamente, e temos outro exemplo do prof Sergio Lessa: antes de se concretizar o trabalho, ele existe na memória, o homo sapiens imagina antes o fruto do trabalho e mantem a perspectiva de que conseguirá transformar a realidade de acordo com sua consciencia, pode ser que imagine fazer uma fogueira e escolha o que julga ser a melhor madeira, a melhor condição física para isso, mas na prática pode não conseguir acender o fogo se a madeira escolhida não for boa na realidade.

Na última reunião lembramos que pode ser que ele entenda práxis como sinônimo de prática e quande ele fala que a ideologia burguesa estava empenhada em dirimir com a antinomia de cultura e civilização as contradições de seu ser capitalista destruiu justamente toda tal continuidade, em especial seu ser-dirigido ao futuro, a uma práxis que encontra sua base na continuidade socialmente tal como humano-individualmente, parece que se refere à análise que fizemos na última reunião sobre a religião, ou seja, parece que para Lukacs o problema da religião é a salvação individual, enquanto o comunismo traz “salvação” coletiva.

Ele traz uma exaltação à arte, cita Bethoven etc e fala: é na arte que permaneceu irradicável a revolta contra as alienações, o desmascaramento espiritual delas. O artista não confronta uma determinada ideologia formulada a uma outra, igualmente determinadamente formulada, mas »meramente« confronta um ser humano que ultrapassa sua particularidade (Partikularität), que se defende contra suas alienações com outros seres humanos,e afirma que marx e engels viram essa possibilidade, mas (cita Tolstoi, como exemplo disso, como quem luta, no plano da concepção de mundo, contra alienação na civilização do ponto de vista de uma ética do Sermão da Montanha interpretado plebeia-camponesamente etc etc, ele novamente se aprofunda neste trecho nos aspectos, digamos teológicos da religião, igual quando ele fica se aprofundando na diferença de igreja para seita, de seita para crença sei lá, mas aqui ele faz algumas citações religiosas.

O prof Sérgio Lessa traz exemplos do acaso que sempre vai fazer existir alienação, em qualquer sistema, ou sociedade, inclusive no comunismo, pois nunca dominaremos o futuro, dá exemplo do jogo de xadrez.


Comentário: A transhistoriedade da alienação para Lukács, novamente pode se relacionar com o de que o salário alto toma lugar do baixo, tempo livre longo, toma o lugar o curto, mas na prática hoje isso não acontece. Então de que época ele tirou isso? Seria uma forma da filosofia ultrapassar a história e prever o futuro? parece que se refere ao estado de bem estar europeu, parece que Lukacs acha que apesar de todos os pesares, quem era socialista em seus exemplos, permaneceu o sendo, mesmo tendo agido como Stalin.


Comentário: Parece que “uma vez socialista, socialista para sempre”.


Resumo do que Lukács apresenta:


- As dificuldades da ultrapassagem tão necessária de todos os resquícios da época de Stalin seriam, sem tal fenômeno, talvez mais simples. Justamente porque a práxis stalinista desfigurou o socialismo com convicção subjetivamente socialista e os desfiguradores alienaram-se a si próprios.


- Em muitos casos, igualmente com honesta convicção subjetiva, alguns reformadores representam realmente uma tendência revisionista, em seu esforço.


- Traz exemplos históricos como de Hitler: o apegar-se dos seres humanos envolvidos à sua deformada particularidade (Partikularität) sistematicamente degradada até a amoralidade obtém um suporte ideológico em concepções sobre o decurso do mundo em decorrência de sua drástica inverdade; por exemplo, na medida em que a imagem de mundo se acha em plena consonância com aquelas alienações que o regime de Hitler se esforçava por impor, em geral, como alterações dirigidas dos seres humanos. Por isso, nos contemporâneos, por um lado, uma veemente rejeição moral-intelectual de todo esse sistema, de outro, uma devoção relativamente sólida das massas, pela qual as deformações moral-humanas da sua particularidade, posta como invencível, presumia obter um »sólido« suporte naquela imagem de mundo fantasticamente inverídica.


- Os adversários burgueses de Hitler haviam compreendido a necessidade de uma transformação dirigida, não mais meramente espontânea, dos seres humanos como fundamento necessário da moderna sociedade democrática.

É socialmente evidente que uma tal oposição burguesa contra o fascismo foi dirigida primariamente contra o socialismo da União Soviética. Isso já se mostra na concepção de totalitarismo, convocada para levantar a aparência de tratar-se, em ambos os casos, de combates intelectuais e políticos de um único e mesmo fenômeno social.


- A dicotomia intelectual interna nessa ideologia é a precisa expressão espiritual para a dicotomia que está em sua posição política: a contradição de que, entre os poderes imperialistas, seu desejo prevalecente era o de destruir a União Soviética com a ajuda de Hitler (Munique etc.), mas que a absoluta falta de escrúpulos nos esforços hitlerianos pelo poder mundial os forçou a se conduzir belicosamente contra ele, a aliar-se sempre com plenas reservas com a União Soviética.


- Volta a tratar da particularidade (Partikularität) do ser humano, o que se considera como sua personalidade é, em regra, apenas sua singularidade tornada social. Esta, em sociedades unidas pela tradição, era um princípio estabilizador; hoje é a extrema influenciabilidade. Por trás de ambos está a insegurança interior do ser humano meramente particular (partikularen) na questão acerca de o quê, realmente, faz dele uma pessoa.


- As formas fenomênicas da estabilidade ou instabilidade correspondem às necessidades do modo de produção então dominante.

O que importa, na sugestão, é, antes de tudo, influenciar o desejo dos seres humanos de valerem como personalidade de maneira a que o satisfaçam justamente pela compra do artigo de consumo ou serviços que constituem objetos da propaganda.


- Traz o tédio para o debate e faz referência a Schopenhauer: a dogmática invertida está em que nega ao próprio ser todo sentido, valorando a priori, sem notar que o ser da natureza não pode ser nem com sentido nem avesso ao sentido, que, nela o sentido ontológico sequer pode aflorar, que apenas no ser social, nas posições teleológicas, em suas combinações e consequências, podem brotar criações nas quais — antes de tudo, na vida humana —correspondentemente podem ser empregadas as categorias do sentido, como peculiar desse ser.


- Porém considera como generalização abstrata, a de Schopenhauer, como algo que enfraquece a correção de sua observação de que o tédio tem de surgir como afeto dominante de um terreno de vida avesso ao sentido, de fato, como produto necessário do ser particular (partikularen), tão logo cessa sua ameaçabilidade, portanto como consequência de uma constelação ontológico-social concreta e não meramente como propriedade psicológica dos seres humanos ou de determinados tipos de seres humanos. Um ser social que é preparado para as necessidades da particularidade (Partikularität) tem de, com necessidade ontológica, justamente quando suas necessidades parecem estar satisfeitas, produzir necessariamente, em massa, o tédio.


- Este é, sem dúvida, um dos fenômenos ideológicos mais importantes da vida presente nos países capitalistas desenvolvidos.

A sede inextinguível por sensação que leva desde à moda dos happenings, do voyerismo sexual etc.,até o culto das drogas, à admiração e mesmo à execução de assassinatos »sem razão«,

O próprio fenômeno é, todavia, tão maciçamente propagado e conduz por vezes a comunicações tão intensas, mesmo sínteses, que emerge também como modo fenomênico social da condição hoje dominante, como germe de uma ideologia do fastidiosidade geral com

a alienação na vida manipulada. Nesse aspecto deve, todavia, seu significado como motor de um revolvimento social ser avaliado com muitas reservas. Antes de tudo, devido ao caráter puramente negativo do mero tédio.


- O colapso fático que resultou no »Commonwealth«, manipulado como substituto ideológico-político no lugar vazio do império mundial perdido, traz portanto à luz do dia um estado de fato importante, por muito tempo reprimido, e o necessário acerto de contas do povo inglês com esse seu ser-manipulado começa a colocar em questão todas as questões de seu ser social.

Em que pesem todas as diversidades sócio-históricas, a crise alemã contém, admissivelmente apenas na generalidade a mais elevada, momentos análogos, na medida em que o colapso da política-de-»roll-back« de Dulles, que esperava-se adequada a deixar desaparecer o problema fundamental do imperialismo alemão — as consequências de duas tentativas sem sentido, irreais, de conquistar o império mundial pela conservação reacionária do atraso social da Alemanha, as consequências das derrotas das tentativas revolucionárias democráticas — agora começa a trazer à luz do dia, gradualmente, todo o passado não resolvido. (Essa manipulação reduziu, p. ex., a ultrapassagem ideológica do período de Hitler a uma reparação material, em Israel, das injustiças para com os judeus.)


- Que por trás disso está escondido o sonho da retomada das antigas finalidades, não é, nem jamais foi, admitido abertamente. Nisso, todavia, é correto que nenhum ser humano até certo ponto sensato pensa restaurar as fronteiras de Hitler, tornar a Alemanha atômica etc. A despeito disso, a política oficial considera tais posições de finalidade como, enquanto perspectiva, realmente possíveis sob circunstâncias determinadas, alteradas, da política externa. É por isso que emerge na manipulação política alemã um círculo quadrado: um tal reconhecimento oficial-formal das condições após a Segunda Guerra Mundial, que esse reconhecimento, no momento de um deslocamento das relações de poder — como prossecução da política até aqui —, teve de desaparecer imediatamente e dar lugar a um agressivo imperialismo revanchista.


- Reforça que não se trata, no efeito de varrer por parte establishment de toda resistência já existente ou em preparação, do temor das consequências reais das decisões concernentes, ao menos não apenas disso. Quando alguém, em uma área residencial norte-americana, se força a um comportamento que é a ele internamente repugnante ou que o afasta de suas ocupações, atividades, passatempo etc. para os quais ele se sente interiormente atraído, trata-se admissivelmente, no maior número dos casos, de um temor direto ante uma pressão da opinião pública do entorno, seguramente não sem influência para o bem-estar pessoal.


- Há, contudo, também, e mesmo em não poucos casos, nos quais essa influência toma um caráter mais espiritual; crê-se que a realidade seja justamente tal como é descrita pela manipulação geral, é por isso que não se poderia, como ser humano singular razoável, negar bruscamente, se opor à sua generalidade, sem também advogar equívocos interiores: não se poderia dar, aos seus meros estados de ânimo e opiniões próprias mais do que a realidade mesmo é, do que é proclamado diferentemente, mas por último aparentemente em concordância, pelos renomados cientistas, filósofos, artistas da época. O recuo, de maneira alguma, em tais constelações, deve ser uma expressão de covardia, de disposição à acomodação, de renunciar a si mesmo etc.


- E embora também aqui despenhem o papel decisivo sentimentos e estados de ânimo e, nem sempre, linhas de pensamento racionalmente pensadas até o fim, seguramente não é infundado ontológico-socialmente se tais efeitos sobre o indivíduos forem descritos como de "concepção de mundo"

Trata-se, mesmo, de efeitos que surgem seguidamente renovados de uma imagem de mundo e a corrente não científico-racional que socialmente sustenta a divulgação de tais concepções de mundo pode, por vezes, se tornar tão intensa, que se torna um dos motores do fator subjetivo e, em grandes levantes sociais, pode alcançar um significado não subestimável.(ontem mesmo queimaram onibus em brasilia) A concepção de mundo é, portanto, como sabemos de considerações precedentes, ao mesmo tempo um produto e um fator do desenvolvimento social. Os efeitos particulares — em alguns aspectos dirigidos ao ser humano singular como tal — no caso da alienação podem de fato modificar essa conexão geral nos detalhes, não, contudo, alterar plenamente seu caráter geral.


- Traz exemplo do séc. XVIII: (Voltaire) sobre ele, sua crítica ao »melhor de todos mundos« em »Cândido« etc. certamente não tiveram nenhuma direta relação com a política, a administração etc. do absolutismo francês. É por isso que pode ser afirmado, acreditamos que com razão, que aos que fatores puramente ideológicos corresponde um papel qualitativamente de maior peso nos levantes presentes do que era o caso nos precedentes.


- Pois a parcialidade nas representações (Vorstellungen) religiosas era um importante suporte ideológico da monarquia absolutista, o ataque a ela, mesmo seu abalo, ainda não tocava imediatamente a práxis decisiva no seu ponto central que, de fato, a tudo movia.

As teorias filosófico-científicas, ao contrário ,constituem justamente uma potência de fato condutora e concretamente fornecedora de direção a toda atividade social dominante. Sua crítica objetivamente abrangente pode, portanto, igualmente atingir, ferir, demolir a base filosófica e o método como uma destruição das bases espirituais produzidas pela própria práxis social.


- Apenas aparentemente as esferas isoladas estão hermeticamente fechadas umas para as outras, ainda que a divisão de trabalho de acordo com a manipulação pareça condenar cada uma à incompetência e à ignorância para com sua disciplina imediatamente relacionada. De fato, todas as esferas, tanto »acima«, na metodologia, quanto »abaixo« na sua aplicação material, vinculam-se o mais estreitamente.


- As últimas tendências apenas enredam ainda mais profundamente em sua alienação o ser humano singular. Tudo isso tem, por consequência, uma intensificação do momento ideológico na autolibertação, mas aponta, ao mesmo tempo, com ênfase ao caráter fundamental imediatamente social. A relação do capitalismo para com as objetivações ideológicas mais elevadas mostra essa situação muitíssimo nitidamente.


- Volta ao assunto da arte: Enquanto nos patamares de desenvolvimento precedentes do capitalismo, tanto a ruim arte ordinária quanto a assim denominada esquemático-acadêmico-oficial estava diretamente, ou claramente mediada, a serviço das tendências da alienação dominantes e o progresso artístico — mesmo em sentido puramente estético — era representado pelas direções de rebelião contra isso, o grande capital do presente tenta colocar a serviço da ancoragem da concepção de mundo do ser alienado justamente as tendências dominantes da arte considerada artisticamente progressistas, com frequência com êxito.

A penetração da influência do grande capital em partes consideráveis da produção artística realmente proeminentes é, contudo, um fenômeno novo do nosso mundo manipulado. E, do ponto de vista ideológico, que antes de tudo aqui nos ocupa, enquanto órgão da consolidação das alienações, tanto na sociedade quanto nos indivíduos singulares que a constituem.


- O quão amplamente e em qual dos dois lados essas abordagens são conscientes, não pertence a aqui; aqui não se versa acerca de motivosa . Estes podem, segundo sua origem, ser críticos, mesmo recusar agudamente, se rebelar, contra o existente. Quando, todavia, os ideólogos, a partir de uma autêntica indignação para com Auschwitz, contra a bomba atômica etc. delineiam uma imagem de mundo da desesperança apriorística, suportam — indiferente do quão deliberado — em suas práxis o sistema da alienação manipuladora.

Engels, na arte, denominou »vitória do realismo«:para a possibilidade do subverter, de um nível da falsa conscienciosidade subjetiva, mesmo tendências retrógradas em progressividade objetiva, em uma tentativa de destruição prática da alienação. (Naturalmente, a possibilidade oposta é também realmente existente.)


- A filosofia não pode se antecipar intelectualmente a história, mas filosoficamente é apenas visível que toda autêntica virada para sua ultrapassagem abriga em si, como essência, um ser-dirigido, espiritualmente ou na prática, à própria realidade, ao ser social como base de todo pensar e agir que podem conduzir a posições teleológicas na teoria e na práxis.


- Portanto, é o retorno ao próprio ser social, como base inexorável de toda práxis humana, de todo pensamento verdadeiro, que caracterizará o movimento de libertação da manipulação em todas as esferas da vida. Essa tendência fundamental, enquanto tal, pode ser prevista filosoficamente, porque o marxismo pode ser capaz de reconhecer, também em sua generalidade, a essência formadora, por princípio, de um movimento, mas, simultaneamente, a partir de uma diferente visão, a peculiaridade de um único processo, pode ele adequadamente apreender e concretamente promover o tornar-se consciente de tais processos.


- Cita os escritos juvenis de Marx nos Anais franco-alemães: A reforma da consciência consiste unicamente em deixar o mundo interiorizar sua consciência, despertando-o do sonho sobre si mesmo, explicando-lhe suas próprias ações. Por um despertar de um tal método, o único que torna possível um esclarecimento desse tipo, esse escrito aspira a oferecer algumas propostas que tornem possível apontar um caminho.


Debates:


Comentário: O que a Deise trouxe de exemplo do Chile sobre notícias falsas é reforçado pelo Lukács e hoje vemos no Brasil o efeito das “fake news” mantendo o mesmo papel, no trecho que ele diz “Hitler se esforçava por impor, em geral, como alterações dirigidas dos seres humanos. Por isso, nos contemporâneos, por um lado, uma veemente rejeição moral-intelectual de todo esse sistema, de outro, uma devoção relativamente sólida das massas, pela qual as deformações moral-humanas da sua particularidade, posta como invencível, presumia obter um »sólido« suporte naquela imagem de mundo fantasticamente inverídica”.


Comentário: As terminologias “alienação”, “ideologia”, começam a aparecer como “maniulação”, pode ser problema de tradução. Parece que o papel dos marxistas é preparar as consciências para quando surgir uma fagulha revolucionária os marxistas possam arrebatar os revolucionários.


Comentário: parece com o cristianismo: os marxistas arrebatarão suas ovelhas.


Comentário: para ele ser considerado um marco marxista de seu tempo, pode ser porque ele aparece como mediador entre a classe trabalhadora, como conscientizador, o que pode lhe dar o título.



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