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RELATÓRIO - Reunião 19/08/2021 - Para uma ontologia do ser social, Georg Lukács (p. 500-504)

Relatório – Reunião 19/08/2021

Para uma ontologia do ser social (p. 500-504)


TEXTO: LUKÁCS, Georg. Prolegômenos e Para uma ontologia do ser social: obras de Georg Lukács. volume 13. Tradução Sérgio Lessa. Revisão Mariana Andrade. Maceió: Coletivo Veredas, 2018.



1) Iniciou-se a reunião com uma recuperação do que foi lido anteriormente. Em apertada síntese, a obra começa com uma leitura da história da filosofia na perspectiva da ontologia, percorrendo autores clássicos e modernos de seu tempo. Na parte seguinte, busca enfrentar os falsos e verdadeiros elementos da ontologia de Hegel.


2) O ponto central desta parte da leitura (p. 500-504) é a busca da relação entre o ser e o não ser na perspectiva da natureza e da sociedade. Em Hegel, por não ficar clara a distinção entre essas duas últimas esferas, emergiria uma insuficiência ontológica. A utilização, sem qualquer distinção, de uma mesma lógica de contradição aplicável a ambas acarreta uma generalização indesejável para fins do que Lukács entende por ontologia, revestindo-a, neste ponto, de uma limitação, uma insuficiência fundamental em Hegel.


3) A absolutização do presente, a sua continuidade permanente em Hegel traria problemas para a dialética do ser social, em especial por conta das transformações sociais que redundam em revoluções. Em Hegel, não se pensa a transformação do ser social, já que o presente conteria a solução (a revolução burguesa seria o fim da história).


4) Lukács entende que a contradição em Hegel é utilizada de forma generalizante, sem mensurar as consequências específicas no caso do ser social (uma certa importação pura e simples de seus elementos do “ser natural” para o ser social).


5) Lukács fala da contradição específica que seria resultado do trabalho social em especial a partir do ser social.


6) A contradição como elemento do discurso. O que significa uma contradição real, se a contradição é também elemento de discurso?


7) Em Hegel, a contradição apareceria como um processo sem sujeito. Lukács coloca um sujeito e dá um passo atrás (Flávio e Marcus). Em HCC, por exemplo, há um sujeito revolucionário, o proletariado (Marcus). Na ontologia, parece se prestigiar a análise de um sujeito mais atomizado


8) A filosofia como uma prescrição. No entanto, no ser social, há um limite para essa prescrição, falando do processo revolucionário e, aí, fica uma aporia. Uma certa sombra do método cartesiano, um exercício lógico perigoso para as contradições sociais. Filosofia como garante da conformação, o que a tornaria prescritível, na dinâmica de um poder normativo. O método de filosofia que busca a revolução não seria meramente prescritível.


9) Mas a filosofia marxiana não seria também, em certa medida, prescritiva (Marcus)? No caso de Marx, evita-se, em boa parte, uma generalização teórica, discursiva.


10) Lukács tenta encontrar uma justificativa para o método de uma transformação da sociedade que não é arbitrária, já que parte de um eixo metodológico, parte da ontologia. A crítica pode ser de como ele chegou nisso, mas o intento há um grande mérito.


11) A filosofia como prática teórica, proveniente de Althusser.


12) Valoração negativa do sujeito no processo histórico como uma simplificação, um sujeito que projeta o seu modo de vida para a sociedade. O proletariado, por exemplo, como um novo redentor. Para Althusser, o processo histórico tem como sujeito o processo em si.


13) Seria fundamental identificar que constatar que uma contradição social é mais complexa que uma de natureza orgânica constitui um avanço e não um retrocesso em relação a Hegel.


14) Filosofia como luta de classes na teoria a partir de Althusser.


15) A Filosofia reflete a luta de classes, mas existe uma forma estabelecida para se fazer a filosofia, que mantém o poder de classe.


16) Lukács defende a consideração de negações a partir de especificidades. Advoga a negação como dado ligado a práxis, a elementos objetivos.


17) Lukács retoma a velha questão de colocar a filosofia hegelina “de cabeça para baixo”, verificando o que é viável e o que não é de sua inserção na leitura de Marx. De certa forma, isso ficaria resolvido em Lukács também pelo expurgo daquilo que representa a falsa ontologia em Hegel.


18) Não haveria uma lógica tradicional em Hegel, há sim uma nova espécie de lógica.


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