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RELATÓRIO - Reunião 24/08/2022 - Para uma ontologia do ser social, Georg Lukács (p. 155 a 203)

Relatório – Reunião 24/08/2022

Para uma ontologia do ser social (p. 155 a 203)


TEXTO: LUKÁCS, Georg. Prolegômenos e Para uma ontologia do ser social: obras de Georg Lukács. volume 13. Tradução Sérgio Lessa. Revisão Mariana Andrade. Maceió: Coletivo Veredas, 2018.


  1. Complexo de Complexos

p. 155 – 167

  • O ser social só é existente em sua ininterrupta reprodução

  • O ser social brotou da natureza orgânica – ser humano enquanto ser biológico 🡪 combinação entre ser social e natureza orgânica

  • A historicidade do mundo orgânico não se separa da história geológica da Terra

  • A reprodução na natureza é do ser vivo singular, filogenética

  • O ser humano biologicamente existente também se reproduz nessa lógica 🡪 a partir dessa base cria formações puramente sociais

  • Muda a relação com o ambiente a partir do momento que o transforma pelo trabalho 🡪 as legalidades mais gerais do desenvolvimento social já se manifestam nessa precoce crise evolutiva

  • Ser humano não mais em relação imediata com a natureza, não é mais ser meramente biológico, mas ser social

  • Origem ontológica na relação do metabolismo da sociedade com a natureza

  • Caráter particular na continuidade do ser social 🡪 não mais a generalidade do ser orgânico e inorgânico

  • O trabalho é impossível sem conscienciosidade 🡪 o trabalho, como ato do ser humano singular é social segundo sua essência e consuma-se em sua autogeneralização social 🡪 elevação do ser humano particular em generidade

  • O trabalho é o tornar-se humano do ser humano, só pode realizar a si próprio e conscientemente

  • O ser-para-si da humanidade já está no devir humano, no ser humano em si que o trabalho mais primitivo já corporifica

  • A conversão em essência desse processo não pode ser sem uma conversão em consciência

  • Na continuidade do processo, portanto, a consciência deve se desenvolver continuamente, deve manter em si o já alcançado como base para o que vem, como trampolim para o mais elevado

  • Consciência como órgão da continuidade do ser social 🡪 enlaçar o passado com as tarefas não conhecidas do futuro 🡪 consciência como intenção espontânea de melhorar a vida social

  • Se a reprodução particular do ser humano singular possui, subjetivamente na consciência, a predominância, objetivamente, contudo, na esmagadora maioria, os atos práticos do ser humano pertencem à esfera da generidade

  • Quando encontram tendências na vida cotidiana isso opera como força social 🡪 reforça o genérico-social 🡪 corporifica uma memória da sociedade

  • Na medida em que a consciência adentra como médium, como portadora e mantenedora da continuidade, esta alcança um ser-para-si não existente de outro modo

  • A consciência do passado não significa uma mera aplicação mecânica dela sobre o presente

  • Esses conteúdos da consciência, já que são de uma origem histórico-social concreta e se tornam, em uma situação histórico-social concreta, objetos de decisões alternativas, é impossível que possam ou tenham de ser livres dos equívocos, das limitações etc.

  • Linguagem e memória como questões que se expandem e não são constantes como pode ser para os animais 🡪 sinais dos animais são questões pontuais da reprodução orgânica

p. 168 – 180

  • Continuidade do gênero 🡪 transpor da consciência é indispensável

  • A consciência permite sair do mecânico

  • A conciência pode tanto conservar quanto demandar novos passos

  • Relação entre linguagem, consciência e trabalho

  • Linguagem nasce com a emergência do trabalho

  • Na práxis sempre são apreendidas objetividades reais, mas seria impossível se isso não fosse precedido por uma representação, uma reprodução intelectual

  • Linguagem também pode reproduzir e conservar o anterior e inovar 🡪 mas tem a estrutura da linguagem fundamental preservada

  • Espaço da ambiguidade nas palavras em cada língua

  • Linguagem vem da contraditoriedade de demandas não atendidas na mediação com a natureza

  • Linguagem para remodelar a conscienciosidade movente e progressiva 🡪 pode pode usada para promover novas formas de vida social

  • Processo espontâneo porque surge do desenvolvimento social

  • O que parece desvio da legalidade pode ser germe de uma nova

  • Comparação entre o trabalho para o ser social e a formação dos órgãos para o ser orgânico 🡪 relação com a vida destes

p. 181 – 192

  • Linguagem como complexo de complexos

  • O ser social possui como mostra a totalidade das nossas linhas de pensamento primeiro com caráter universal, depois como continuidade e depois como algo que se pode ultrapassar

  • Mesmo o mais elevado estado da técnica não muda o caráter ontológico do trabalho de mediação do ser social com a natureza

  • Escravidão que trouxe a primeira divisão de classes na sociedade, que antes dividia as tarefas de outras formas (guerreiros, caçadores, coletores, etc.)

  • Força pública que constitui homens armados e cárceres para manter as estruturas da sociedade de classes

  • O significado social de um tal dever é muitíssimo diferente nos diferentes períodos, de uma grande influência conservadora (o Direito Natural católico na Idade Média), de uma revolucionária força de explosão (Revolução Francesa) decai essa tensão com frequência a piedosos desejos retórico-profissionais ante o Direito vigente.

  • É socialmente necessário que o comportamento dos seres humanos singulares no respectivo Direito vigente

  • Direito, surgido como consequência da existência da sociedade de classe, sua essência é por necessidade um Direito de classe: um sistema de ordenação para a sociedade correspondente aos interesses e ao poder da classe dominante

  • Interpretações divergentes no direito mesmo dentro de uma mesma classe

  • Apenas quando surgem sociedades maiores, sempre mais sociais, apenas quando o administrar do Direito e o encontrar da justiça tornam-se uma tarefa social cada vez mais especializada de grupos humanos particulares

  • A posição do Direito e a administração do Direito não podem mais se contentar com a simples proibição de determinadas ações; os motivos das violações tornam-se crescentemente relevantes legalmente, são fixados em formas jurídicas

  • Kant tratou a origem do Direito como um mistério

  • Monopólio da violência física e que determina quem considera quais práxis humanas são ou não permitidas e relevantes legalmente

  • Duplo caráter na constatação jurídica: teórico e imediatamente prático

  • Sobre as constatações do direito e os fatos: uma constatação singular de um fato pode ser um afastamento relativamente pequeno, enquanto componente de um tal sistema, interpretado no sentido desse sistema, deve perder o solo da realidade ainda mais amplamente

p. 193 – 203

  • O tempo de trabalho socialmente necessário como princípio da regulação emerge independente das representações e vontades dos seres humanos

  • Ele é o produto do somatório espontâneo da sociedade acarretado pelas consequências causais das posições teleológicas no trabalho

  • Nenhum direito dura sem sua aplicação com coerção

  • Igualdade se dá no âmbito das trocas de mercadorias

  • Direito não reconhece desigualdade, todos são igualmente trabalhadores, então é desigual na sua lógica

  • Assim, já indicamos sobre isto que a situação pré-jurídica da sociedade forma necessidades de regulação própria na qual estão incluídos germes da ordenação jurídica

  • Todavia não se deve jamais esquecer que por trás dessa continuidade está escondida uma descontinuidade: a regulação em sentido jurídico rigoroso emerge apenas quando interesses divergentes que poderiam impulsionar uma solução violenta em cada caso singular são reduzidos ao mesmo denominador jurídico, são juridicamente homogeneizados

  • Impossibilidade de se basear unicamente na violência, daí entra o Direito

  • Direito como um todo de instruções para um agir prático

  • Direito como complexo de complexos assim como a linguagem e a sociedade

  • Mas a linguagem surge espontaneamente a partir da divisão social do trabalho, enquanto o direito depende de um mecanismo coercitivo



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